quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Estreando como indigente



Uma alma distraída e crédula presa em um corpo atrapalhado fez hoje sua estréia na categoria dos indigentes: perdi (ou me furtaram) a carteira com TUDO dentro... todas as minhas burocraciazinhas, meus cartõezinhos de vale-comer, vale-andar-de-carro e até de vale-comprar-coisas-pra-pagar-depois. As fotos 3x4 já amareladas dos que tanto amo, a medalhinha da Nossa Senhora com a Ave Maria em italiano que Carol me trouxe do Vaticano... o erregê, o cepêeefe, a habilitação que os irresponsáveis do Detran me deram e até o documentinho de votar nessa gente que não combate o crime.
Perdida e desamparada, ainda gastei boas horas cancelando tudo com as moças gerundiosas das companhias de crédito - que pareciam esperar alguém gastar por aí o pouco que eu tinha antes de bloquear de uma vez as porcarias dos dinheirinhos de plástico. B. O. na delegacia sem nenhuma gentileza. E só pra amanhã, que o dotô delegado tava lá pra assinar, não.
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Como Deus é bom e ainda há gente de bem neste mundo, Baio pagou o almoço e fez a correria comigo (cerrrrto, mano?), Ulysses procurou, procurou e procurou... e ainda teve a doçura de me pedir pra não ficar triste. Mama vai emprestar grana para tirar os documentos todos e o Véio Jaime querido disse: "Se precisar, tem mais."
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E agora eu tô aqui chorando os baldes que represei desde as duas da tarde. Impotente e sem acreditar que as coisas possam se desintegrar assim, sem aviso. Mas emocionada por estar cercada de tanta preocupação e querer bem.
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Nunca imaginei que me serviria de salvação haver um Poupa Tempo móvel instalado na Comendador Muller. Manhã cedo, estarei lá.
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Agora eu entendo as lagriminhas tristes da Brenda pela ausência do celular desaparacido na Festa do Peão. Duro, né, Bidola? Coisinhas tão pequenas e tolas, desaparecidas, fazem a auto-suficiência da gente ruir feito um prédio do Sérgio Naya.
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Se eu lembrasse de cor a Ave Maria em italiano rezava bem alto... Pra Nossa Senhora do Vaticano ouvir e voltar logo pra casa, carregando consigo a carteirinha humilde que sempre lhe serviu de oratório.

5 comentários:

Anônimo disse...

Ahhh, Paty...
Que situação...a gente fica sem chão...
Nem tanto pelo valor material, mas pela invasão, eles invadem nosso limite, é muito triste...
Quando roubaram a bolsa da Suh, com documentos, fotos 3x4 dos amigos e da família, câmera fotográfica(com momentos, tão nossos), primeiro veio o desepero, depois a indignação...
Sei que tudo isso passa, mas agora dói e amiga, se precisar de mim, nem que seja só pra conversar me chama!
Todo meu carinho pra vc, querida

Micael disse...

É realmente difícil de descrever como é a sensação...

Eu lembro que eu dei pela falta do meu celular quando eu já tava na pista do Via Funchal. E acredita que a gente ainda tentou correr pra entrada pra procurar? Mas a MANADA de gente que corria pra pegar um lugar na grade não deixou e eu fiquei mesmo a ver navios.

No dia da festa do peão de Limeira me senti pior ainda, quando cheguei em casa dei pela falta do meu RG... Sorte que meu pai achou ele na escada, devo ter deixado ele cair na hora de pegar a chave pra abrir a porta.

Suhzana disse...

Meu Deus Paty... eu tinha visto seu post de cima do São Longuinho, mas não tinha dado tempo de ver esse (pq eu tava na faculdade, e tive que sair sabe... haha)
Agoooora to ligando os fatos, NOSSAAAAAAAAAAA QUE RAIVA... Vc nem percebeu então ela indo embora... exatamente o q aconteceu comigo em Buenos Aires. Como minha mãe disse, a gente fica sem chão de saber que existem pessoas tão do mal! Alem de perder coisas q vc conseguiu aos poucos... fotos, coisas sem valor, mas que valem tanto pra gente...
ESPERO QUE ALGUEM ENCONTRE...
Vamos rezar!

Mara De Santi disse...

Miga! Que situaçção, hein? É tão ruim quando isso acontece... mas, segura na mão da Betânia e confia, que as coisas que tiverem que voltar, voltam! E, se precisar de qualquer coisa, estou aqui (tá, Bauru é bem longe e as chances de a carteira aparecer por aqui são mínimas, mas...). Beijos e abraços fortões!

Anônimo disse...

Puuuts, Paty! Que saco! Enquanto lia o post, fui lembrando da Festa! Hehe... Aí, tchan! Você também lembrou! Haha... É algo material? sim. Pode ser substituído? Sim! Mas, como a Ângela disse, é uma sensação terrível de invasão e impotência! Mas, vamos lá! Quem sabe ela não reaparece!!! Já até tentei rezar em italiano aqui! Haha

P.S.: Queria falar com você... Mas você quase nunca tá on no msn! =/