sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

A mulher que surta resolvendo coisas

Me senti como Britleine, ao ser enganada resolvendo problemas na oficina mecânica!

Coisa 1: Pagar um boleto que ainda não estava vencido e que imprimi pela Internet, em cash-dinheiro-bufunfa-cacau, cenlão em 5 notinhas bem durinhas de 20. Pego uma macro-fila na micro-agência do banco Real que fica dentro do pretenso xópicentis. Quando chega a minha vez, a mocinha do caixa tem a coragem de dizer que NÃO (com aquela cara deslavada de "hahaha, imagine!"), "o banco não pode estar recebendo esse boleto, essa é uma agência em que somente clientes podem estar efetuando suas transações". Mas peraí: eu sou cliente Real, minha filha! E isso é um banco, uma agência do Banco Real. "Não, minha senhora, mas não dessa agência. Por favor, a senhora pode estar pagando o seu boleto no Ponto Frio ou no Magazine Luiza". A minha vontade foi perguntar: "Ah, tá! Desculpe o engano! Pra eu não perder a viagem, me informe quanto sai a geladeira duplex em 10 prestações, porque eu tô precisando trocar a de casa. O Banco Real faz carnê??"

Coisa 2: Buscar o relógio do marido que ficou ontem à noite na requintadíssima joalheria Glamour (no mesmo xópis) para trocar bateria. "Ah, mas não está pronto, não, o relojoeiro só chega depois das duas!" (...) Conto até dez. "Minha filha, ontem à noite você disse que podíamos retirar hoje, não disse o horário." E ainda queria completar: "Eu sacrifiquei o meu horário de almoço em vão e a culpa é sua!". Mas vai que ela me diz que isso é problema meu, né?? Saio batendo o pé, bufando e fazendo aquela cara de desaprovação que, quem me conhece, sabe que não é bolinho.

Coisa 3: Deixar o reloginho charmoso da moda com o qual a Mama Noela aqui se auto-presenteou neste Natal na loja comprada, visto que após 2 semanas de uso a pulseira de prástico se rompeu enquanto eu retirava os cocôs de minhas doces cadelinhas do quintal (em momento desperate housewive), fazendo com que, na ocasião, a caixa do bendito reloginho fosse parar no saco de lixo (para ser reencontrada, obvia e milagrosamente, muito tempo depois). Ainda bem que quem me atendeu foi uma moça gentil, que consultou o fabricante do reloginho, me deu um papelzinho e me orientou a voltar lá 30 dias depois. A-hã. Quase perguntei: "Mas moça, até lá o relógio até já saiu de moda, fia!"... Respirei fundo, joguei o papelzinho na bolsa e saí da loja. A mocinha gentil não tem culpa que a fábrica demore 1 mês inteiro para trocar uma mísera pulseira de prástico. E que ainda quebra à toa. Humpf.

Bora comer uma esfiha de carne com Coca Zero quente e voltar pra firma. Porque a fome é tanta que eu já não sei mais se comprei uma geladeira no banco, se a bateria do relógio do marido vai demorar 30 dias pra ser trocada ou se viro hippie, encerro a conta no banco e deixo de consumir, porque, confesso, é tanto desrespeito que dá nos nervos.



3 comentários:

Micael disse...

Incrível que hoje aqui em casa também foi um dia de cão (e coitados dos cães que recebem essa comparação) para com o consumidor.
Acho que os centros comerciais deviam ser como os aeroportos que agora tem juizados especiais. Um escritório do PROCON em cada esquina não seria má idéia.

Enquanto isso continuo correndo atrás do carteiro que não quer entregar minhas encomendas. Será que eu sou tão feio assim pra ele não passar aqui em casa?

Aline disse...

Eu acho que esse "relacionamento" com atendentes e empresas despreparados e descompromissados com o consumidor é um dos passos rumo ao nirvana... Só a conquista da paz completa pode justificar que a gente aguente essas coisas...

Carol disse...

As vezes sinto que temos que levar a vida menos a sério pra sermos felizes... o seu texto é prova disso: embora as situações sejam mais do que chatas, suas palavras riem das próprias desgraças. Quer coisa melhor???
beijosssss