Não gosto muito do Adam Sandler. Acho que ele sempre imprime uma cara meio de bobo, meio de paspalhão aos papéis que faz, o que até funciona em suas costumeiras comédias descompromissadas, mas atrapalha em filmes um pouco mais profundos, como “Reine Sobre Mim”, com Sandler e Don Cheadle, que (apesar dessa observação) vi hoje e gostei bastante. Um bem escrito e conduzido roteiro sobre o poder da amizade (nada clichê, ainda que a minha forma de expressar isso tenha sido super-lugar comum), sobre até onde podemos nos envolver na vida de quem está por perto, sobre deixarmos derreter os icebergs que somos, permitindo que nos vejam mais do que a superfície – afinal, quem não esconde de tudo e de todos a imensidão que realmente é? O filme amplifica os efeitos pessoais de uma catástrofe mundial como o 11 de Setembro, mas também fala do medo de errar, da vontade de agradar sempre, de evitar a qualquer custo os bons e velhos embates, que tanto nos fazem crescer quando conduzidos com maturidade e amor.
Em tempo: Don Cheadle está ótimo e preciso, como sempre.
P.S. E já que esse post se chama “cine-desabafo”, preciso confessar também que não gosto muito do Selton Mello. Pronto, falei! Acho que ele sempre faz o mesmo tipo, enfim, talvez devesse se arriscar mais atuando em obras mais consistentes e menos “inovadoras”, se é que me entendem. E assistindo ontem o filme “O Cheiro do Ralo” me certifiquei de que também não gosto desse “pseudo-cinema-nacional-moderninho”, sacam? Enfim, assistam e confiram com seus próprios olhos e (pré?) conceitos. Ah! É clichê falar mal de áudio em filmes brasileiros, eu sei, mas esse se superou. Quando alugar o DVD não se esqueça de ativar as legendas em português. That's it. E simbora ver "Meu nome não é Johnny", porque a graça da vida é dar a si mesmo muitas chances de se surpreender.
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