Uma mudança complicada e atrapalhada (como todas são, especialmente as minhas), três ou mais projetos grandes no trabalho, aulas tantas (professora e aluna, divido as duas alcunhas neste momento...), uma gripe forte, insistente e chata... tudo-isso-ao-mesmo-tempo-depois: eis-me de volta.
Saudade desse humirrrde "estabelecimento", que feito pra servir um cafezinho quente todo dia, ficou tempão de portas abertas e à base da cretina plaquinha: "Hoje, só amanhã."
Bom... aos poucos a vida volta aos eixos. Acreditem se quiserem: a "resolvedora de coisas" aqui ainda vê os quadros não pendurados, a máquina de lavar roupa sem funcionar e o tapete lindo comprado pra sala enrolado num canto do quartinho da bagunça.
No mais, a cachorrada aprendeu a fazer xixi na lavanderia (dá-lhe jornal espalhado e dicas de Arquimedes, o amigo adestrador); ainda me habituo ao barulho ensurdecedor da avenida (enquanto aprendo a ajustar o volume da tevê e do som pra não incomodar os vizinhos de prédio); alegrias no trabalho, responsas boas na facul...
Tirando o fato de ter levado a primeira bronca do sindico hoje (fui lavar a minha sacada e molhei toda a sacada do apê baixo - que justamente é a do síndico... - pati #fail na vida em condomínio - hehehehe), tô aí, me desculpando pelos erros e feliz com os acertos.
Volto em breve com um café mais caprichado. Prometo. Quando consigo voltar pra essa espelunquinha que amo tanto, não a deixo. Não a deixem também. A especialidade da casa tarda mas não falha.
terça-feira, 28 de abril de 2009
quarta-feira, 18 de março de 2009
Tô indo. Venham!
Quando postei essa imagem, há mais de meio ano, imaginava viver dias melhores. Um arrastão tinha passado por essa minha vidinha e estava que certa que, decisões tomadas, a destruição se reconstruiria num piscar de olhos. Pois bem.
Não consegui me mudar de casa, então, melhorei a que eu tinha. Assumi mais trabalho e responsas, dívidas necessárias, dúvidas tantas. Mal sabia eu que tinha de dar um tempo pra que a vida andasse de novo do jeito que eu sempre quis. É sábio trilhar certos caminhos até o fim. Viver o que deve ser vivido até o último instante. E deixar as coisas correrem a seu tempo. A ansiosa aqui achava tudo isso um grande clichê. Hoje, rendeu-se. Nada é assim automático na vida real. Quer você queira, quer não.
Rebobinando:
Quando postei essa imagem, há mais de meio ano, foi pensando em morar exatamente no predinho charmoso, antiguinho e aconchegante para o qual me mudarei em alguns dias. Ele sempre esteve ali, no caminho do trabalho pra casa, sorrindo pra mim. O muro coberto de hera, os pinheiros altos e elegantes, os janelões abertos revelando cortinas brancas e esvoaçantes. Peregrinei por todas as casas e prédios disponíveis na cidade e nada me agradava. Até que ontem peguei o último molho de chaves na Imobiliária pensando: "Cansei. Não me mudo até achar o que quero. Vou ver esse apê e dar um tempo." Não identifiquei de cara o endereço. Quando cheguei, mal podia acreditar que era lá o tal apê, no predinho que eu namoro há dois anos, antes mesmo do arrastão passar.
Tô feliz, planejando coisas, encaixotando as tralhas, sonhando em acordar feliz e dar bom dia ao mundo da varanda com floreira. Já vejo as pessoas amadas ali, meus moveizinhos queridos todos dispostos com alegria por aquele espaço ventilado, que se abre pra luz.
Que essa luz entre aqui dentro também. Que essa casa nova seja abençoada, como disse uma amiga querida hoje, uma amiga de muita fé.
Vou ali voltar a ser a velha-Patricia-nova. Convite pra conhecer a casa e (re)conhecer a Patrícia já estão valendo. Espero vocês.
quarta-feira, 11 de março de 2009
PPP
A prática da abstenção. Tenho tentado sair de dentro da minha vida e olhar pras pessoas, pro que sinto e pra mim (e para tudo o mais que me une ou desune das coisas do mundo) como alguém que se assiste.
Não é fácil. Se há dias em que gargalho com minhas patetices ou me orgulho de uns leões vencidos, há horas de me sentir nada confortável sob esses olhos grandes, perguntadores, enérgicos. Sou minha pior e mais algoz crítica, ever. Sinto decepcionar quem me aponta por aí, eu saiba ou não. Que os preocupados com o alheio ganhem por W.O. Não me acho importante quando há excesso de atenção. Nem sempre caio, se é momento de elogio. E quase sempre me espanta a obviedade de certas reações, em outros. Desisti de tentar separar (ou juntar, quem sabe?) o joio do trigo, o alho do bugalho. Não é preciso conspirar a favor do caminho fácil (e bestinha, bestinha) do bem e do mal.
A redenção está nas entrelinhas. No que se lê sem letra. No que dizem as ausências intrigantes e as presenças excessivas. No tempo que demora a pausa, no movimento que vem a seguir. Vai de feeling, de humor, de uma boa dose de intuição e perspicácia.
Salva-me a busca por ser inteira. Por ter finalmente entendido que não preciso me render ao que não ajuda, não resolve, não cabe ou acrescenta. E por sacar quando é hora de falar e hora de calar.
Pelas vias tortas ou retas de todas as dúvidas, aprendi a me olhar de fora enquanto encaro esse mundo-véio-sem-porteira-sem-block-e-sem-unfollow. E a nunca me separar de mim.
segunda-feira, 9 de março de 2009
domingo, 8 de março de 2009
Bailinho
Essa semana recebi um convite pra reunir os amigos trintões. A proposta era: meninas levam um prato, meninos levam a bebida. Estilo os velhos e bons bailinhos de garagem. Divertidíssima, a idéia. Não fui e me arrependi.
Ontem, resolvi botar o DVD do George Michael pra ser tema da faxina (sim, eu adoro George Michael, assumo!). Ô, banzo! Dancei com a vassoura, cantei a plenos pulmões. Me diverti sozinha.
E acabei me lembrando de uma paixonite adolescente. Corta pra um momento "mágico" em um bailinho (óbvio, na toca do Recrê) e organizado pela turma da 8a. série (me diverte lembrar desse tempo bobo e gostoso). Um dia em que um amor desses que a gente pensa (por 1 mês) que vai morrer por ele, foi inocentemente vivido. Foi mágico e curto. Like a vanish in the haze.
Vai aqui a canção-tema daquela dança. "One More Try" de rosto colado.
Pra você se divertir também, lembrando dos tempos em que sequer imaginava onde chegaria com essa sua vida.
De bobagens e reminiscências tantas é que se faz uma história, afinal. Enjoy!
P.S. Sim, ando muito reminiscente... E me divirto MUITO com isso.
Ontem, resolvi botar o DVD do George Michael pra ser tema da faxina (sim, eu adoro George Michael, assumo!). Ô, banzo! Dancei com a vassoura, cantei a plenos pulmões. Me diverti sozinha.
E acabei me lembrando de uma paixonite adolescente. Corta pra um momento "mágico" em um bailinho (óbvio, na toca do Recrê) e organizado pela turma da 8a. série (me diverte lembrar desse tempo bobo e gostoso). Um dia em que um amor desses que a gente pensa (por 1 mês) que vai morrer por ele, foi inocentemente vivido. Foi mágico e curto. Like a vanish in the haze.
Vai aqui a canção-tema daquela dança. "One More Try" de rosto colado.
Pra você se divertir também, lembrando dos tempos em que sequer imaginava onde chegaria com essa sua vida.
De bobagens e reminiscências tantas é que se faz uma história, afinal. Enjoy!
P.S. Sim, ando muito reminiscente... E me divirto MUITO com isso.
sábado, 7 de março de 2009
Deus me livre de ser super
Voltando da aula na FAV ontem, onze da noite, passaram por mim muitas vans com adesivos PUCC/UNICAMP. Voltei no tempo. O cheiro tentador de bolacha de chocolate da Triunfo na Dom Pedro ajudou. Sem querer, era 93 de novo. Fui lá e nem doeu.
A sopinha-de-caneca-fim-de-noite tá esfriando. Saudade dos sandubas pós-PUCC que eu mesma fazia na cozinha da Vó Tereza pra comer vendo tevê aberta (era só que havia, até então) no volume mínimo. Um tempo em que acordar a casa depois da meia-noite era sacrilégio.
A cozinha é minha, hoje. Vou aqui internetando, pouco lendo, pouco ouvindo o som da tevê ligada, muito divagando. Ninguém pra proteger do meu barulho. Nem desse silêncio que fala sem parar aqui dentro.
Quase ouvi (deve ser saudade) a mãe dizendo "Vai pra cama, menina! Amanhã você madruga!". Eu mesma me digo, e nunca me obedeço: "Já vou!" Vou nada, que sou notívaga feito um morcego.
Eu adoro a minha bagunça, minhas pequenas irresponsabilidades, meu comer errado, meu dormir pouco, a pilha de livros todos começados, meus DVDs não vistos voltando pra locadora. Confesso que às vezes me incomoda um pouco bater os olhos na confusão. Graças que quase sempre eu me ajeito. Em um dia ou outro, de cansaço, banzo e um tiquinho de problema pequeno pra transformar em monstrengo (sim, eu levo um jeito danado pra dar importância ao que quase nunca tem), acabo por dar conta, não. Mas daí me lembro que auto-suficiência é um troço bem chato, afinal. Sem essa de querer ser super.
Domingo ta quase aí. Dia de ir lá e matar a saudade dos meus véios, ganhar colo, falar da vida e fazer carinho. Abastecer o coração de amor e depois voltar pro meu mundinho. Encarar a semana, matar os tais monstros gigantes com leve pisadela, criar novos, ir adiante.
Quem não bagunça a vida pra arrumar tudo depois que atire o primeiro travesseiro esquecido na sala, o pé de meia desparceirado ou a caneca suja de sopa instantânea que só vai ser lavada amanhã.
A sopinha-de-caneca-fim-de-noite tá esfriando. Saudade dos sandubas pós-PUCC que eu mesma fazia na cozinha da Vó Tereza pra comer vendo tevê aberta (era só que havia, até então) no volume mínimo. Um tempo em que acordar a casa depois da meia-noite era sacrilégio.
A cozinha é minha, hoje. Vou aqui internetando, pouco lendo, pouco ouvindo o som da tevê ligada, muito divagando. Ninguém pra proteger do meu barulho. Nem desse silêncio que fala sem parar aqui dentro.
Quase ouvi (deve ser saudade) a mãe dizendo "Vai pra cama, menina! Amanhã você madruga!". Eu mesma me digo, e nunca me obedeço: "Já vou!" Vou nada, que sou notívaga feito um morcego.
Eu adoro a minha bagunça, minhas pequenas irresponsabilidades, meu comer errado, meu dormir pouco, a pilha de livros todos começados, meus DVDs não vistos voltando pra locadora. Confesso que às vezes me incomoda um pouco bater os olhos na confusão. Graças que quase sempre eu me ajeito. Em um dia ou outro, de cansaço, banzo e um tiquinho de problema pequeno pra transformar em monstrengo (sim, eu levo um jeito danado pra dar importância ao que quase nunca tem), acabo por dar conta, não. Mas daí me lembro que auto-suficiência é um troço bem chato, afinal. Sem essa de querer ser super.
Domingo ta quase aí. Dia de ir lá e matar a saudade dos meus véios, ganhar colo, falar da vida e fazer carinho. Abastecer o coração de amor e depois voltar pro meu mundinho. Encarar a semana, matar os tais monstros gigantes com leve pisadela, criar novos, ir adiante.
Quem não bagunça a vida pra arrumar tudo depois que atire o primeiro travesseiro esquecido na sala, o pé de meia desparceirado ou a caneca suja de sopa instantânea que só vai ser lavada amanhã.
quarta-feira, 4 de março de 2009
Por acaso? Nada é.
Nada como ir ao encontro dos amigos, celebrar com eles o bom que há, falar da vida, trocar dicas, jogar conversa fora.
Fabião e Lu acabam de voltar de Cuba e me levaram pra lá com eles. Jantamos, brindamos, falamos sem parar (como sempre).
Voltei pra casa com 2 DVDs indicados pra ver, cortesia dos queridos. Muitas imagens de Havana na memória. E a vontade de um dia tomar um mojito igualzinho ao de Hemingway, conhecer Varadero e explorar contrastes (em Cuba ou em qualquer outro lugar deste mundo pequeno que pode estar a uma idéia, um passo, umas economias aqui e ali).
Viajar. Os amigos não são por acaso. Muito menos as inspirações. Pé na estrada, que neste 2009 ainda rodarei. Acompanhada de gente boa. Não por acaso. Nunca, aliás.
Fabião e Lu acabam de voltar de Cuba e me levaram pra lá com eles. Jantamos, brindamos, falamos sem parar (como sempre).
Voltei pra casa com 2 DVDs indicados pra ver, cortesia dos queridos. Muitas imagens de Havana na memória. E a vontade de um dia tomar um mojito igualzinho ao de Hemingway, conhecer Varadero e explorar contrastes (em Cuba ou em qualquer outro lugar deste mundo pequeno que pode estar a uma idéia, um passo, umas economias aqui e ali).
Viajar. Os amigos não são por acaso. Muito menos as inspirações. Pé na estrada, que neste 2009 ainda rodarei. Acompanhada de gente boa. Não por acaso. Nunca, aliás.
segunda-feira, 2 de março de 2009
Léia e o imponderável
Magrinha. Pequena. E um poço de doçura daqueles de vó gordona, sabe? Léia era assim. Evangélica, não se negava a discutir certos dogmas. Até sobre as posturas do Papa chegamos a falar (bem informada, nunca se furtou a conversar sobre o que quer que fosse). Gostava muito de ouvir, também. Mas sua voz fininha dizia sempre (e sem parar) coisas muito essenciais e simples (as primeiras que esquecemos, costumeiramente).
Quase todo sábado ela dava plantão aqui em casa. Organizava a minha vida, a do Marcelo e a da cachorrada com maestria. Fugia da Freak, a salsicha esquentada, que cismava sempre em dar o bote em suas canelinhas finas. Era o dia inteiro ouvindo: Freak, é a Léia, Freak! Morde a Léia, não! Me divertia, a doce Léia. Uma figura.
Dadas as mudanças todas na vida e ao caos instaurado, deixei de ligar pra Léia vir botar ordem nessa minha pequena confusão por um bom tempo.
Sexta passada (com as coisas todas quase nos seus devidos lugares) toquei o celular de Léia dia todo. Ouvi sua mensagem na caixa postal. Deixei recado. Ela, que sabia usar os recursos do celular bem melhor do que eu, era sempre rápida na reposta, via ligação ou SMS. Dessa vez, nem sinal.
Hoje me encontrei nos corredores com a colega que havia me indicado Léia pro trabalho. Regina me perguntou, assustada: "Você não soube, não?" Gelei. "Léia se matou." Assim, à queima roupa, sem nem o eufemismo do "suicidou-se".
Fiquei chocada. Regina explicou que ela travava uma batalha imensa contra a depressão, que não aceitava a ajuda nem dos irmãos de Igreja. Que todos tentaram, mas nada pôde ser feito. Meu Deus.
Enfim. Perdi o ar, dia todo. Ainda o perco aqui.
Guardo a toalhinha de mão que ela bordou caprichosamente com meu nome. Mamãe, que quando viu a minha gostou, também foi agraciada com o talento da querida com linhas e agulhas. Ela gostava de agradar. Só queria sentir-se bem-vinda. Coisa que a vida difícil sempre lhe negou. Léia não tinha família, sofreu eras sob o comando dos rígidos pais adotivos. Morava só. Ela, sua bicicleta, suas saias longas e seu coque preso à nuca. Era solteira, mas sonhava em viver um grande amor. Queria muito ter um cachorro, mas a dona da casa em que vivia lhe negou esse privilégio.
Me pus a pensar se poderia ter feito algo de diferente. Tento, ainda agora, refletir sobre o imponderável. Sobre o que não nos cabe (ou adianta) qualquer intervenção. Será?
Agradeço a Léia por ter dedicado a mim e a essa casa tanto da alegria que lhe faltava. Eu sinto tê-la perdido do meu convívio. Vão ficar na minha lembrança a sua honestidade em pedir pra levar pra casa as acerolas do pé que jorrava frutas sobre o quintal, sua meiguice, seu capricho com o trabalho, sua inteligência, brinde da vida.
Que coisa, meu Deus.
Quase todo sábado ela dava plantão aqui em casa. Organizava a minha vida, a do Marcelo e a da cachorrada com maestria. Fugia da Freak, a salsicha esquentada, que cismava sempre em dar o bote em suas canelinhas finas. Era o dia inteiro ouvindo: Freak, é a Léia, Freak! Morde a Léia, não! Me divertia, a doce Léia. Uma figura.
Dadas as mudanças todas na vida e ao caos instaurado, deixei de ligar pra Léia vir botar ordem nessa minha pequena confusão por um bom tempo.
Sexta passada (com as coisas todas quase nos seus devidos lugares) toquei o celular de Léia dia todo. Ouvi sua mensagem na caixa postal. Deixei recado. Ela, que sabia usar os recursos do celular bem melhor do que eu, era sempre rápida na reposta, via ligação ou SMS. Dessa vez, nem sinal.
Hoje me encontrei nos corredores com a colega que havia me indicado Léia pro trabalho. Regina me perguntou, assustada: "Você não soube, não?" Gelei. "Léia se matou." Assim, à queima roupa, sem nem o eufemismo do "suicidou-se".
Fiquei chocada. Regina explicou que ela travava uma batalha imensa contra a depressão, que não aceitava a ajuda nem dos irmãos de Igreja. Que todos tentaram, mas nada pôde ser feito. Meu Deus.
Enfim. Perdi o ar, dia todo. Ainda o perco aqui.
Guardo a toalhinha de mão que ela bordou caprichosamente com meu nome. Mamãe, que quando viu a minha gostou, também foi agraciada com o talento da querida com linhas e agulhas. Ela gostava de agradar. Só queria sentir-se bem-vinda. Coisa que a vida difícil sempre lhe negou. Léia não tinha família, sofreu eras sob o comando dos rígidos pais adotivos. Morava só. Ela, sua bicicleta, suas saias longas e seu coque preso à nuca. Era solteira, mas sonhava em viver um grande amor. Queria muito ter um cachorro, mas a dona da casa em que vivia lhe negou esse privilégio.
Me pus a pensar se poderia ter feito algo de diferente. Tento, ainda agora, refletir sobre o imponderável. Sobre o que não nos cabe (ou adianta) qualquer intervenção. Será?
Agradeço a Léia por ter dedicado a mim e a essa casa tanto da alegria que lhe faltava. Eu sinto tê-la perdido do meu convívio. Vão ficar na minha lembrança a sua honestidade em pedir pra levar pra casa as acerolas do pé que jorrava frutas sobre o quintal, sua meiguice, seu capricho com o trabalho, sua inteligência, brinde da vida.
Que coisa, meu Deus.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Signs
Dizem que é um viral da Schwepps. Um filme bem feitinho, engraçado e doce na medida. Pra inspirar a gente a curtir a janela. A sair dela, dia desses. E ir pra vida.
Indicação de Mara, menina dos Espacejamentos e pontos de exclamação.
Indicação de Mara, menina dos Espacejamentos e pontos de exclamação.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Got milk?
Gosto de ir ver filme sem recomendação, sem ler a crítica, sem ouvir os amigos que insistem (na melhor das intenções) em exaltar as qualidades de qualquer tipo de arte que lhes tenha caído à perfeição. É que, apaixonados, eles se esquecem que possa não ser bem o meu número. Subjetividade, hã? Pressuposto número um. Dia desses divaguei sobre o tema com um recente e surpreendente novo amigo e compartilhamos opinião. Foi libertador.
Mas contrariando a regra de não recomendar um filme, livro, peça ou disco pra não alimentar o monstrengo chato das expectativas, vou falar de Milk. O Oscar de melhor ator pra Sean Penn me libera pra ser a propagandista de plantão, ora pois.
Milk é uma história excelente contada de maneira excelente. Um registro histórico e bem documentado, conduzido por Gus Van Sant, (acreditem-me) excepcional biógrafo cinematográfico. Há um equilíbrio entre os nacos de história e romance que prendem do início ao fim. Ao final do filme não resta nenhuma falhazinha de entendimento sequer. E nem de emoção. Eu quase gritei feliz em uma das vitórias de Milk, confesso. Senti no cinema inteiro a mesma a vontade de assoviar e aplaudir o sucesso de Harvey Milk de pé.
Sean Penn está magnífico. Não faz uma caricatura: faz uma grande figura (com o perdão da rima pobre e desproposital). Certo que a riqueza do personagem é prato cheio, mas a delicadeza de entender o universo de um homossexual como ele fez, sem cair no exagero e tornando digno cada passo de Milk (com seus excessos, seu carisma e sua inteligência), é assustadora. Seus discursos convencem, sua verve política magnetiza, sua devoção pela causa ganha adeptos. A gente esquece que é Sean Penn que está ali, com sua figura forte por natureza. E analisando por aí, não haveria mesmo ninguém melhor pra representar um ícone de coragem como Milk.
O elenco todo, aliás, está excepcional. James Franco, Emile Hirsch (destaque pra ele)... sensíveis, belos e humanos. Que sejam sempre tão bem dirigidos, esses meninos promissores. Que tenham mais oportunidades de contar grandes histórias com tanta verdade.
Bom também assistir os meandros da política de um ângulo privilegiado. Bom conhecer uma história inspiradora, grande, um momento histórico pouco divulgado. Sob uma ótica que não julga, vale ressaltar. E que o cinema nos brinde mais vezes com trabalhos documentais, importantes e delicadamente filmados como esse
Sean Penn pode tudo. Até superar essa interpretação. Não duvido de nada que venha dele. Ganhou meu Oscar de ator favorito. Next surprise, please, Mr. Penn?
Em tempo: Que esse postzinho da pseudo-crítica de cinema não te frustre. Não me levem a sério. Ever.
Mas contrariando a regra de não recomendar um filme, livro, peça ou disco pra não alimentar o monstrengo chato das expectativas, vou falar de Milk. O Oscar de melhor ator pra Sean Penn me libera pra ser a propagandista de plantão, ora pois.
Milk é uma história excelente contada de maneira excelente. Um registro histórico e bem documentado, conduzido por Gus Van Sant, (acreditem-me) excepcional biógrafo cinematográfico. Há um equilíbrio entre os nacos de história e romance que prendem do início ao fim. Ao final do filme não resta nenhuma falhazinha de entendimento sequer. E nem de emoção. Eu quase gritei feliz em uma das vitórias de Milk, confesso. Senti no cinema inteiro a mesma a vontade de assoviar e aplaudir o sucesso de Harvey Milk de pé.
Sean Penn está magnífico. Não faz uma caricatura: faz uma grande figura (com o perdão da rima pobre e desproposital). Certo que a riqueza do personagem é prato cheio, mas a delicadeza de entender o universo de um homossexual como ele fez, sem cair no exagero e tornando digno cada passo de Milk (com seus excessos, seu carisma e sua inteligência), é assustadora. Seus discursos convencem, sua verve política magnetiza, sua devoção pela causa ganha adeptos. A gente esquece que é Sean Penn que está ali, com sua figura forte por natureza. E analisando por aí, não haveria mesmo ninguém melhor pra representar um ícone de coragem como Milk.
O elenco todo, aliás, está excepcional. James Franco, Emile Hirsch (destaque pra ele)... sensíveis, belos e humanos. Que sejam sempre tão bem dirigidos, esses meninos promissores. Que tenham mais oportunidades de contar grandes histórias com tanta verdade.
Bom também assistir os meandros da política de um ângulo privilegiado. Bom conhecer uma história inspiradora, grande, um momento histórico pouco divulgado. Sob uma ótica que não julga, vale ressaltar. E que o cinema nos brinde mais vezes com trabalhos documentais, importantes e delicadamente filmados como esse
Sean Penn pode tudo. Até superar essa interpretação. Não duvido de nada que venha dele. Ganhou meu Oscar de ator favorito. Next surprise, please, Mr. Penn?
Em tempo: Que esse postzinho da pseudo-crítica de cinema não te frustre. Não me levem a sério. Ever.
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
... sempre a primeira... festa do interiooor...
Meses fazendo planos pro bloco. O tempo (que naquele tempo sobrava) era passado discutindo a fantasia. Brigas pela melhor costureira, comissões pra juntar a grana e ir comprar tecido, lantejoula e miçanga. O lance era ser diferente, não vestir um abadá igualzinho ao do resto (ou horrendamente recortado pra parecer original. Rá!). Quatro noites, duas matinês e ainda sobrava tempo pra um solzinho na piscina do clube. Marchinhas de cor, não havia parada nem ao som dos sambas-enredo que rolavam no intervalo pra descanso da Banda do Pico. "Esquenta" antes com o bloco dos meninos, sempre na casa dos pais de alguém. Pais estes que eram todos amigos e estavam sempre a postos, com a imprescindível mesa no salão: QG das bolsas, bunker dos nossos guardiões, sempre atentos à graça de um folião mais afoito com as suas mocinhas bonitas. As tais belezinhas em flor nem sempre eram bem comportadas, claro. Davam seus pulos e fugiam pra um beijo fortuito fora do salão. E nem tinha essa de ficar com mais de um por noite. Beijonaboca? Só pro escolhido da fase. Ou pra um "amor" repentino, surgido ali entre os confetes e serpentinas. Quase sempre virava namoro. A gente beijava por vontade, não por contabilidade. Um dia foi assim.
O salão girava em sentido horário. Os olhos no anti-horário, buscando a paixonite da vez. Os meninos iam de costas, de mãos dadas com as meninas conduzidas que seguiam sorrindo, vez por outra rodopiando. Über maquiadas e faceiras. A gente dançava com quase todo mundo que pedisse, desde que fosse um pedido simpático e o candidato não estivesse curtido de cachaça ou fosse desafeto do nosso bloco-par, o dos meninos-paqueras-amigos-irmãos. Todo mundo se conhecia, afinal. Era fácil estar ali, quase uma festa de família. Com o que isso tinha de bom e mau.
Acabado o baile, direto pra canja no Bar do Clube ou pro lanchódromo da madrugada. Rezando pro tempo andar devagar até a quarta de cinzas e correr pra noite que viria a seguir.
(...)
Eu já fui Princesa do Carnaval, já desfilei em carro alegórico na Av. Sete de Setembro (micos eternos de uma mente com lembranças). Até ganhei prêmio de melhor foliã (onde foi parar aquele troféu horrível?). Por várias vezes fiz fantasia-par com namorado. A vida era boa, as expectativas eram so easy e os 4 dias de carnaval eram o o que havia naqueles anos teen. Sem saudosismo, as noites passadas naquele velho e abafado salão do Clube Recreativo de Sumaré eram noites de felicidade. Aquela felicidade boa que a gente nem sabe que tá vivendo. Felicidade não sabida, a felicidade melhor do mundo. Ao menos naqueles anos bobos e alegres.
(...)
Reminiscências ok! 'Bora ver DVD, cozinhar um cadinho, estrear o sofá novo, terminar aquele livro, beber alguma coisa, navegar, e usar os 4 dias de farra pra botar a vida em dia de alguma maneira. Eu tô bem feliz agora, vivendo a fase ermitã, against carná ever. E a melhor parte é que eu sei.
O salão girava em sentido horário. Os olhos no anti-horário, buscando a paixonite da vez. Os meninos iam de costas, de mãos dadas com as meninas conduzidas que seguiam sorrindo, vez por outra rodopiando. Über maquiadas e faceiras. A gente dançava com quase todo mundo que pedisse, desde que fosse um pedido simpático e o candidato não estivesse curtido de cachaça ou fosse desafeto do nosso bloco-par, o dos meninos-paqueras-amigos-irmãos. Todo mundo se conhecia, afinal. Era fácil estar ali, quase uma festa de família. Com o que isso tinha de bom e mau.
Acabado o baile, direto pra canja no Bar do Clube ou pro lanchódromo da madrugada. Rezando pro tempo andar devagar até a quarta de cinzas e correr pra noite que viria a seguir.
(...)
Eu já fui Princesa do Carnaval, já desfilei em carro alegórico na Av. Sete de Setembro (micos eternos de uma mente com lembranças). Até ganhei prêmio de melhor foliã (onde foi parar aquele troféu horrível?). Por várias vezes fiz fantasia-par com namorado. A vida era boa, as expectativas eram so easy e os 4 dias de carnaval eram o o que havia naqueles anos teen. Sem saudosismo, as noites passadas naquele velho e abafado salão do Clube Recreativo de Sumaré eram noites de felicidade. Aquela felicidade boa que a gente nem sabe que tá vivendo. Felicidade não sabida, a felicidade melhor do mundo. Ao menos naqueles anos bobos e alegres.
(...)
Reminiscências ok! 'Bora ver DVD, cozinhar um cadinho, estrear o sofá novo, terminar aquele livro, beber alguma coisa, navegar, e usar os 4 dias de farra pra botar a vida em dia de alguma maneira. Eu tô bem feliz agora, vivendo a fase ermitã, against carná ever. E a melhor parte é que eu sei.
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Boa semana.
Que todas as estréias sejam de pernas quebradas, que todos os almoços sejam de comida boa, que todas as pendências deixem de pender, que todos os negócios cheguem a bom termo, que todos os compromissos sejam cumpridos, que todas as roupas lhe caibam, que todos os amores sejam vividos, que todos os rompimentos sejam suaves, que toda flor desabroche, que toda aula seja apreendida, que toda comemoração seja curtida. Que teus amigos estejam contigo, que ainda de longe eles possam te abraçar. Que a vida aconteça, não doa e lhe seja boa. Que a chuva que cai te lave a alma. Sweet dreams.
Everybody's gotta learn sometimes
Aprender. O que se deve lembrar, o que se deve esquecer. A melhor trilha pra uma das melhores histórias de amor do cinema.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
O bloco do eu comigo
Hoje foi um dia de tirar o fôlego. Por fora, tudo muito mais tranquilo do que o de sempre. Mas aqui dentro... nas últimas 12 horas vivi gaps que quase me conveceram que eu podia dominar o mundo, correr uma maratona, ganhar na megasena, ir pra Europa a nado, pacificar o Oriente Médio, reabilitar a Amy, inventar o inventável. Ainda bem que quase. E ainda bem que posso nada tanto assim.
Fim de tarde. Decido meu roteiro. Recuso os que não me serviam para esse dia solo. Fui ao cinema, jantei o que queria. Uma volta sem pressa na FNAC e me dei uns presentinhos bem bons. All by myself. E ao contrário da música brega, descobri que gosto um tanto de estar por mim. Sem essa de Bridget Jones, hã?
Chego em casa, abro uma cervejinha, venho escrever esse post. Eu sei que hoje durmo bem tranquila. E ainda que não tenha me tornado a salvadora do Universo e nem encontrado a solução pras dores do mundo, é bom saber que ao menos das minhas eu tô dando conta.
Cheers! Tim tim pra mim. E em tempo: continuo uma "gente adicted" incorrigível. Faça constar.
Fim de tarde. Decido meu roteiro. Recuso os que não me serviam para esse dia solo. Fui ao cinema, jantei o que queria. Uma volta sem pressa na FNAC e me dei uns presentinhos bem bons. All by myself. E ao contrário da música brega, descobri que gosto um tanto de estar por mim. Sem essa de Bridget Jones, hã?
Chego em casa, abro uma cervejinha, venho escrever esse post. Eu sei que hoje durmo bem tranquila. E ainda que não tenha me tornado a salvadora do Universo e nem encontrado a solução pras dores do mundo, é bom saber que ao menos das minhas eu tô dando conta.
Cheers! Tim tim pra mim. E em tempo: continuo uma "gente adicted" incorrigível. Faça constar.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Navegar (por terra ou por mar)
Há exatamente um ano estava a bordo de um navio. Cruzeiro corporativo. Jamais tive vontade de fazer um cruzeiro. Gosto de observar (ponto) o mar em dias frios e cinzentos (sim, sou estranha), de moletom e livro na mão. Mas... voilá: amigos queridos estariam a bordo, tudo free e, além do mais, era um compromisso profissional. Encarei a experiência. Mais uma história pra contar, afinal.
Primeiro me encantou a grandiosidade do "barco". Onze andares, elevadores, um sem fim de restaurantes e livings, infra de assustar. O banheiro engraçado, rolar pela cama na madrugada ao sabor do alto-mar, as dezenas de línguas faladas pela tripulação elétrica de formiguinhas de olhos puxados. Divertido tentar me entender com a apressada camareira filipina.
Seguiu-se o de praxe: palestras, jogos, dinâmicas... produtivo embarcar em um novo e grande conceito de trabalho. Talvez tenha sido minha primeira (e creio a última) experiência em um cassino. Boring excess, mas nunca digo nunca mais. Jantares, mini-baladas, madrugadas descontrol com as amigas no free shop. Apostamos graninha honesta em bobagens tax free.
Das muitas reminiscências (além do trauma de não sentir terra firme sob meus pés e de cambalear pelos corredores com apenas uma tacinha de vinho do jantar), ficou a certeza do gosto por passear em um dia off-temporada por lugar novo, que o mundo busca por badalação. A parada em Búzios foi curtida em uma passeio tranquilo, com gente querida e bem-humorada. Pude caminhar sem pressa, fazer fotos da arquitetura com o celular, dar boas risadas, sentir o cheiro das ruas, enxergar detalhes, olhar a cara e o jeito dos locais, conversar com eles.
Cruzeiro de novo? Acho que não. Arriscar coisas novas? Sempre.
Beira-mar. Búzios. Ainda que eu seja muito do inverno e pouco do verão. Levar os olhos pra outros lugares é bom.
Primeiro me encantou a grandiosidade do "barco". Onze andares, elevadores, um sem fim de restaurantes e livings, infra de assustar. O banheiro engraçado, rolar pela cama na madrugada ao sabor do alto-mar, as dezenas de línguas faladas pela tripulação elétrica de formiguinhas de olhos puxados. Divertido tentar me entender com a apressada camareira filipina.
Seguiu-se o de praxe: palestras, jogos, dinâmicas... produtivo embarcar em um novo e grande conceito de trabalho. Talvez tenha sido minha primeira (e creio a última) experiência em um cassino. Boring excess, mas nunca digo nunca mais. Jantares, mini-baladas, madrugadas descontrol com as amigas no free shop. Apostamos graninha honesta em bobagens tax free.
Das muitas reminiscências (além do trauma de não sentir terra firme sob meus pés e de cambalear pelos corredores com apenas uma tacinha de vinho do jantar), ficou a certeza do gosto por passear em um dia off-temporada por lugar novo, que o mundo busca por badalação. A parada em Búzios foi curtida em uma passeio tranquilo, com gente querida e bem-humorada. Pude caminhar sem pressa, fazer fotos da arquitetura com o celular, dar boas risadas, sentir o cheiro das ruas, enxergar detalhes, olhar a cara e o jeito dos locais, conversar com eles.
Cruzeiro de novo? Acho que não. Arriscar coisas novas? Sempre.
Beira-mar. Búzios. Ainda que eu seja muito do inverno e pouco do verão. Levar os olhos pra outros lugares é bom.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Mais do artista!
Para quem quer conhecer mais de Régis Souto, o ilustrador.
http://www.orkut.com/Main#Profile.aspx?uid=7527849535971402253
http://www.flickr.com/photos/regis_souto/
http://www.orkut.com/Main#Profile.aspx?uid=7527849535971402253
http://www.flickr.com/photos/regis_souto/
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Ganhando o mundo...
Régis Souto é um ilustrador de talento. Batalha seu sonho de viver de arte com muita humildade (na melhor acepção da palavra).
Eu conheci Régis ainda menino, tímido e doce, vivendo sua primeira experiência profissional. E tive o prazer de vê-lo transformar o mundo para fazer caber nele seus sonhos mais desafiadores. Doce (graças!) ele continua. Mesmo homem feito, morando na Irlanda, batalhando a vida com uma coragem que surpreende e inspira a todos que conhecem sua história. História que - fique claro - ele faz questão de escrever, desenhar e colorir de próprio punho, todos os dias.
Dias desses, me encantei por um de seus lindos desenhos. Pedi a ele que fizesse um especialmente para o nosso Café.
Eis aqui o carinho do artista:
Obrigada, Régis querido. Continue mandando notícias e nos encantando com seu talento, sua bravura e esse seu dom de comandar a vida e fazer dela o seu número. Contatos com o artista via regisfsouto@msn.com
Eu conheci Régis ainda menino, tímido e doce, vivendo sua primeira experiência profissional. E tive o prazer de vê-lo transformar o mundo para fazer caber nele seus sonhos mais desafiadores. Doce (graças!) ele continua. Mesmo homem feito, morando na Irlanda, batalhando a vida com uma coragem que surpreende e inspira a todos que conhecem sua história. História que - fique claro - ele faz questão de escrever, desenhar e colorir de próprio punho, todos os dias.
Dias desses, me encantei por um de seus lindos desenhos. Pedi a ele que fizesse um especialmente para o nosso Café.
Eis aqui o carinho do artista:
Obrigada, Régis querido. Continue mandando notícias e nos encantando com seu talento, sua bravura e esse seu dom de comandar a vida e fazer dela o seu número. Contatos com o artista via regisfsouto@msn.com
Todo dia e toda noite
Hoje foi um dia "daqueles". Dia de ser atropelada pela vida e suas demandas sempre urgentes. Mais um dia em que me perdi entre as tais prioridades. Dia que virou noite sem que eu percebesse, noite que chegou sem que eu desse trégua. É a vida em movimento, constante e crescente. Amo muito tudo isso e vivo nesse 220 frenético, tentando respirar quando me lembro, tomando água quando dá tempo de abastecer a garrafa, angustiada com a caixa de e-mails que despenca mil mensagens a cada refresh. Assumindo broncas e expectativas mil. Mas conhecendo outros assuntos, dividindo a vida com gente animada e sempre em busca de mais vida, em contínuo exercício da função sem que isso exclua sorriso, piada, troca, concordar, discordar, aprender. COMPARTILHAR. Para ilustrar a noite de sono que me espera depois de tanto movimento, @micaelsilva me deu a dica. Grata surpresa ouvir canção tão doce e poder reconhecer meu sono diário em um videoclipe incrível. Boa noite, sweeties. Com a promessa de uma dose menor de cafeína (e maior de entusiasmo) para amanhã.
HER MORNING ELEGANCE (Oren Lavie)
Sun been down for days
A pretty flower in a vase
A slipper by the fireplace
A cello lying in its case
Soon she's down the stairs
Her morning elegance she wears
The sound of water makes her dream
Awoken by a cloud of steam
She pours a daydream in a cup
A spoon of sugar sweetens up
And She fights for her life
As she puts on her coat
And she fights for her life on the train
She looks at the rain
As it pours
And she fights for her life
As she goes in a store
With a thought she has caught
By a thread
She pays for the bread
And She goes...
Nobody knows
Sun been down for days
A winter melody she plays
The thunder makes her contemplate
She hears a noise behind the gate
Perhaps a letter with a dove
Perhaps a stranger she could love
And She fights for her life
As she puts on her coat
And she fights for her life on the train
She looks at the rain
As it pours
And she fights for her life
As she goes in a store
With a thought she has caught
By a thread
She pays for the bread
And She goes...
Nobody knows
And She fights for her life
As she puts on her coat
And she fights for her life on the train
She looks at the rain
As it pours
And she fights for her life
Where people are pleasently strange
And counting the change
And She goes...
Nobody knows
HER MORNING ELEGANCE (Oren Lavie)
Sun been down for days
A pretty flower in a vase
A slipper by the fireplace
A cello lying in its case
Soon she's down the stairs
Her morning elegance she wears
The sound of water makes her dream
Awoken by a cloud of steam
She pours a daydream in a cup
A spoon of sugar sweetens up
And She fights for her life
As she puts on her coat
And she fights for her life on the train
She looks at the rain
As it pours
And she fights for her life
As she goes in a store
With a thought she has caught
By a thread
She pays for the bread
And She goes...
Nobody knows
Sun been down for days
A winter melody she plays
The thunder makes her contemplate
She hears a noise behind the gate
Perhaps a letter with a dove
Perhaps a stranger she could love
And She fights for her life
As she puts on her coat
And she fights for her life on the train
She looks at the rain
As it pours
And she fights for her life
As she goes in a store
With a thought she has caught
By a thread
She pays for the bread
And She goes...
Nobody knows
And She fights for her life
As she puts on her coat
And she fights for her life on the train
She looks at the rain
As it pours
And she fights for her life
Where people are pleasently strange
And counting the change
And She goes...
Nobody knows
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Mais estranho que a ficção
Ela ainda se lembra. Dos períodos curtos daquela história longa em que haviam sido felizes de verdade. Um filme que seu coração insistia em ver e rever e rever.
Ainda que a vida já não desse conta de voltar tanto a fita, ela sonhava em reescrever aquela droga de final. Já havia criado tantos outros roteiros... Mas de que adiantaria? Aquela era a sua obra-prima (mesmo sabendo que havia outras pra inventar). Sabia que deveria lhe bastar a alegria de um Oscar enfeitando a estante, ainda que por um roteiro de final duvidoso.
Um dia, sozinha, quietinha, a roteirista-mocinha lembrou que o filme até poderia ser reprisado. Mas jamais ganharia uma reedição especial. Seria sempre o seu Oscar de melhor drama. Um repeat ilógico e constante em busca de - quem sabe um dia - se encontrar de novo entre aplausos, dentro de um vestido bonito, com cabelo arrumado, nas mil entrevistas que, desde então, lhe exigiriam conceder.
Ainda que a vida já não desse conta de voltar tanto a fita, ela sonhava em reescrever aquela droga de final. Já havia criado tantos outros roteiros... Mas de que adiantaria? Aquela era a sua obra-prima (mesmo sabendo que havia outras pra inventar). Sabia que deveria lhe bastar a alegria de um Oscar enfeitando a estante, ainda que por um roteiro de final duvidoso.
Um dia, sozinha, quietinha, a roteirista-mocinha lembrou que o filme até poderia ser reprisado. Mas jamais ganharia uma reedição especial. Seria sempre o seu Oscar de melhor drama. Um repeat ilógico e constante em busca de - quem sabe um dia - se encontrar de novo entre aplausos, dentro de um vestido bonito, com cabelo arrumado, nas mil entrevistas que, desde então, lhe exigiriam conceder.
Ficar muito reflexiva não era sua praia. Mas não é que pensar ajudou? Refilmagens de clássicos costumam decepcionar, afinal. "E logo, logo entra filme novo em cartaz." - constatou ela, com um sorriso no rosto. O cinema é quase sempre auto-referente. E a vida é feita de passado, sim. Mas especialmente de renovação.
domingo, 25 de janeiro de 2009
Exercício de convivência
Um domingo cinza, de garoa fina que cai sem parar. Banho tomado, zapeando sem rumo, caio em mais um irresistível espisódio de Sex and the City. Carrie, em uma de suas "reflexões", pergunta a si mesma: "Porque damos tanto crédito às críticas negativas que nos fazem?"
Será que não aceitamos ser contrariados? Será que somos tão inseguros a ponto de detestar quando apontam um ou outro defeito que sabemos carregar? Será que temos tanto medo assim de nos enxergar pelo olhar do outro? Porque temer tanto a opinião que fazem da gente? Assinalemos o x onde nos cabe, depois de muita auto-reflexão.
No final do capítulo, a própria Carrie conclui que somos auto-críticas demais. E que o pior crítico que pode haver somos nós, mulheres implacáveis consigo mesmas. Concordo. Porque vivemos sob julgamento constante. E porque, invariavelmente, acabamos caindo também no vício de julgar. No trabalho, nos relacionamentos, na vida. Especialmente nessa era de exposição que a tecnologia nos oferece. E que, irresistivelmente, aceitamos. Conscientes dos "apesares", ou não.
Gênero à parte, a pergunta que não cala: porque há tanta gente na rede irritada com hate blogs, com comentários maledicentes no twitter? Gente que não consegue conviver com opiniões diferentes, com a possibilidade de um diálogo construtivo e com a oportunidade de (quem sabe?) mudar de idéia, só pra variar um pouquinho?
Eu confesso que desconfio muito de quem se diz auto-suficiente, de gente que faz questão de alardear que aperta o foda-se para o mundo. Eu não consigo ser assim, não.
Ao mesmo tempo... porque é que há tantos que encontram na perseguição gratuita um estranho modo de prazer e auto-afirmação? Porque bater tanto em quem tem a coragem de se expor, sem ao menos buscar a gentileza como caminho e o artifício de bons argumentos para contrapor?
Também não entendo as razões de quem opta por estar em evidência sem acreditar que haverá sempre uma oposição. E muito menos compreendo quem resolve fazer de sua vida na rede uma busca incessante por malhar, criticar e observar com olhos sempre maledicentes o direito à expressão do outro.
Enfim... ainda há muito que entender nessa roda-viva de blogs, tuitadas e afins. Eu prefiro deixar de ler quem não me agrada, de parar de seguir quem, mesmo sem querer, me incomoda. Porque há tanta gente boa pra conhecer virtualmente, tanto conteúdo enriquecedor disponível, tanta dica boa e carinho recebidos (no caso do twitter) em 140 caracteres. É tão pouco espaço e, ainda assim (ou por isso mesmo), tudo tão significativo. Pra quê perder tempo, se desgastar? Há gente, palavras e idéias que não somam. Dê passagem. And move on.
Por um pouco de paz e bom senso nos meios digitais, na vida, dentro dessa nossa luta diária por nos entendermos, aceitarmos o outro. Vamos conviver mais com a gente mesmo. Talvez seja a saída. Críticas e contribuições, estejam à vontade. Eu estou tentando me exercitar para não contribuir com as posturas com as quais não concordo. E para crescer com o que me serve. That's it.
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Manual
Eu não arrumo a cama de manhã. Gosto de dormir tarde e não desisto das minhas noites produtivas por compromissos que exigem madrugar. Madrugo mesmo insone, oras. Falo à noite, os lençóis dançam embaixo de mim. Acordo um tanto mal-humorada. Mas passa rápido. Quase sempre depois de um bom café. Não gosto de passar roupa. Mas sou íntima das panelas e temperos. Honro o posto de rainha do lar. Gosto de enfeitar, arrumar, organizar. O meu mundinho é simples e honesto. Mundinho, este, que vivo rearranjando. Amo cachorro. Ossinhos, festinha, falar tatibitate com esses seres que me compreendem só pelo tom de voz. É preciso paciência comigo. E com as minhas meninas, sempre carentes e alegres. Tudo ao mesmo tempo. Não gosto que ralhem enquanto dirijo, mesmo que eu faça uma barbeiragem qualquer. Passageiro é passageiro. Mas adoro quem conversa com a motorista o necessário e o desnecessário. Estranhamente, guiar aflora minha criatividade e o meu senso de humor. Especialmente em congestionamentos e estradas intermináveis. Tendo a acumular prazos, cronogramas, responsabilidades. Depois, me estresso tentando ser mais de uma pra dar conta dessa ilusão insana de que tudo posso. Dormir à tarde em um final de semana, ir pro cinema e jantar fora, ainda que na pizzaria da esquina, são bálsamos. Adoro que me lembrem que posso falhar, sim. Mas, principalmente, que o não existe pra ser dito. E que ele pode (e deve) ser usado a todo momento. Não há dois pesos e duas medidas. Eu sou ninguém sem o risco de estar sempre rodeada de gente. Sem me envolver com as pessoas, viver os dramas e as alegrias de cada um. Preciso de troca. Todo o tempo. Ainda que isso, às vezes, exija mais do que a minha bateria agüenta. Gente nunca é causa perdida (salvo raríssimas exceções). E por causas boas, suporto (e me deleito) muito. Vivo indignada, mas não dou tempo pras lamentações virarem desculpas. Tudo o que me incomoda vira combustível novo. Tô sempre no 220. Eu definho sem planos. Não suporto pensar que parei no tempo, no espaço, no tanto de ordinário que essa vida tem. Enfim: preciso fazer valer estar respirando. Oscilo entre a irritação e a vontade de ir adiante. Entre o caos e a tentativa de entendimento. Tem cura, doutor? Acredito que manuais existem pra serem postos à prova. “Será que é assim mesmo que funciona?” É sempre um risco. No bom e no mau. Basta decidir se vale a pena correr. Qualquer coisa, "tamos aí!".
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
E vamos viver nosso amor na casinha branca...
Posto um video que me agradou. Não sei se pela comoção da posse, afinal, acreditemos ou não, gostemos ou não, esperemos ou não, é inspiradora. Excesso de entusiasmo à parte, vale pelo romantismo explícito, ainda que um tanto tímido e bem-humorado... o que é ainda mais simpático para um presidente americano e sua primeira dama. Aliás, o desajeitamento de Obama é tão gracioso! Mas gostei, especialmente, pela emoção de Beyoncé. Juro! Sempre achei essa moça até que bacana e coisa e tal, apenas mais uma diva pop... só não sabia que ela podia tanto. Incrível.
"And at laaaaaaaaaaaaaast, the world say good bye to Bush..."
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Rock'n'roll
Capa do novo álbum do U2: "New Line on the horizon"
É minha gente. Fã doente é fã doente. Viciei no single que o U2 lançou hoje (oportunamente, não posso negar) após a apresentação em um dos mil eventos da posse de Obama. Uma música rock'n'roll mesmo (pesadinha como há tempos não se ouvia), com letra sexy e assumida, melodia cheia de variações nada óbvias (daquelas que os fãs decoram e têm orgulho de saber cantar junto) e uma boa dose de auto-referência, divertida que só. Vibrei com a graça de Bono rindo de si mesmo (com o consentimento da banda) no verso: "I got a submarine / You got gasoline / I don’t want to talk about wars between nations" com o confesso complemento: "Not right now!"... Vem mais um grande álbum do U2 por aí. Eu? I need new boots.
Ouça aqui: http://www.u2.com/news/index.php?mode=full&news_id=2292
É minha gente. Fã doente é fã doente. Viciei no single que o U2 lançou hoje (oportunamente, não posso negar) após a apresentação em um dos mil eventos da posse de Obama. Uma música rock'n'roll mesmo (pesadinha como há tempos não se ouvia), com letra sexy e assumida, melodia cheia de variações nada óbvias (daquelas que os fãs decoram e têm orgulho de saber cantar junto) e uma boa dose de auto-referência, divertida que só. Vibrei com a graça de Bono rindo de si mesmo (com o consentimento da banda) no verso: "I got a submarine / You got gasoline / I don’t want to talk about wars between nations" com o confesso complemento: "Not right now!"... Vem mais um grande álbum do U2 por aí. Eu? I need new boots.
Ouça aqui: http://www.u2.com/news/index.php?mode=full&news_id=2292
E acompanhe aqui:
GET ON YOUR BOOTS
The future needs a big kiss
Winds blows with a twist
Never seen a moon like this
Can you see it too?
Night is falling everywhere
Rockets at the fun fair
Satan loves a bomb scare
But he won’t scare you
Hey, sexy boots
Get on your boots, yeah
You free me from the dark dream
Candy floss ice cream
All our kids are screaming
But the ghosts aren’t real
Here’s where we gotta be
Love and community
Laughter is eternity
If joy is real
You don’t know how beautiful
You don’t know how beautiful you are
You don’t know, and you don’t get it, do you?
You don’t know how beautiful you are
That’s someone’s stuff they’re blowing up
We’re into growing up
Women of the future
Hold the big revelations
I got a submarine
You got gasoline
I don’t want to talk about wars between nations
Not right now
Hey sexy boots...
Get on your boots, yeah
Not right now
Bossy boots
You don’t know how beautiful
You don’t know how beautiful you are
You don’t know, and you don’t get it, do you?
You don’t know how beautiful you are
Hey sexy boots
I don’t want to talk about the wars between the nations
Sexy boots, yeah
Let me in the sound
Let me in the sound
Let me in the sound, sound
Let me in the sound, sound
Meet me in the sound
Let me in the sound
Let me in the sound, now
God, I’m going down
I don’t wanna drown now
Meet me in the sound
Let me in the sound
Let me in the sound
Let me in the sound, sound
Let me in the sound, sound
Meet me in the sound
Get on your boots
Get on your boots
Get on your boots
Yeah hey hey
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Oi!
Faz tempo... Passado esse período off, voltamos à nossa programação normal. Eu não sei bem se estava elaborando o luto do 2008 falecido ou organizando o que resolvi fazer deste 2009 bebê. Eu só sei que estava comigo.
Tava quietinha, olhando pra mim, baixando o volume ao redor pra ouvir o heavy metal que tocava sem parar aqui dentro, no compasso desse coração sempre acelerado. Eu parei pra fazer nada até descobrir que o que eu precisava era fazer uma coisa de cada vez. Eu decidi arrumar a minha casa e as minhas coisas, pra agora começar a arranjar essa cabeça que andava cheia demais de coisas pouco importantes que me assombravam como se delas dependesse a vida. Cheia de prioridades alheias. Cheia de ausência de mim.
Tava tentado levar na marra, no peito, sem parar pra respirar. E descobri que o caminho é mais simples quando encarado de frente, que é só fazer o que deve ser feito, sem rodear, sem desviar ou fugir por atalhos. Aquelas coisas que a gente sabe desde o começo que deveria ter feito? Pois é, pois é. Comemoro em dizer que é simples, o que nem sempre significa que seja fácil. Mas é assim. Sem mágica, sem alquimia. Vida real.
Decidi não ser só um vir a ser. Decidi reabrir a lojinha, sacudir a poeira, mexer as pedras, jogar os dados, ler as cartas, rasgar os bilhetes amarelados, arrumar as gavetas, organizar a agenda, fazer listas, baixar o tom e deixar que o meu player interno toque um jazzinho bacana, animado e suave. Decidi que quando eu estiver lá longe quero olhar pra trás sorrindo. Quero não ter me omitido, nem desistido de tudo o que eu posso. E há tanto que eu posso e nem sei. Por enquanto.
A cereja do bolo é não ter tido pressa de fazer as mudanças. Eu sabia que estava pra acontecer, que o gatilho seria apertado... mas fiz questão de chorar tudo o que hoje morre um pouco até a última lagrimazinha. Alívio, alegria, paz.
2009 começa oficialmente hoje pra mim. Está lançada a minha pedra fundamental. Acompanhem por aqui o andamento das obras.
Feliz (re) começo. Diário. Conquistado. Merecido. Que seu ano aconteça entre amanheceres tranquilos e noites bem dormidas, com horas felizes e produtivas no meio. Que todo dia você faça algo bom, seja lá o que for. Eu comecei hoje, voltando aqui pra servir um café e te contar por onde andava esse tempo todo.
Agora, me fala, como vão as coisas por aí?
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