terça-feira, 25 de novembro de 2008

Em Barcelona, aqui, em qualquer lugar


Me rendi este finde. Depois de eras sem ir ao cinema, prazer que tanto amo, fui ver Vicky, Cristina Barcelona de Woody Allen.
Decidi escrever porque recomendo. Não sou crítica de cinema, só alguém suscetível à arte. E o filme me tocou. A crítica malhou e muita gente só deu importância à cena de beijo entre Penélope Cruz e Scarlet Johansson. Que bobagem.
Primeiro que Woody, logo na primeira cena, faz a gente pensar: sou Vicky? Planejada, conseqüente, criteriosa? Ou sou Cristina? Sem rumo, buscando respostas, solta na vida?
Ele faz você achar que é uma, que é outra, que é a amante louca do outro. Sobem os créditos e... certeza nenhuma. Fica só o dedo do Sr. Allen apertando o seu botão “Ativar neuras”. Ele é mestre nessa habilidade.
Não se iluda, caro freqüentador deste café. Dias depois, ainda não haverá resposta fácil. O velho Woody, cronista ácido de gerações e gerações, está mais antenado do que nunca, um passo à frente do nosso próprio entendimento sobre essa vida que levamos. O filme é uma homenagem à confusão que todos fazemos entre sentimentos, expectativas, cobranças.
Enfim... fica claro que você pode não saber o que quer, mas deve estar pronto pras coisas que vão aparecer. Resolva-se antes de qualquer coisa. Volte atrás quando achar que deve. Esteja em modo “on” pra vida. Ainda que isso signifique olhar mais pro seu umbigo. Não compre o que te cobram. E não dê tanto crédito às suas expectativas. Elas também podem mudar. Assim, ó.
No mais... Barcelona e as vilas catalãs! Bardem (irresistível, eu tinha de dizer!) tornando real aquele cara tão impossível... e o feitiço que só o Woody Allen sabe fazer de nos deixar por quase duas horas com um risinho de canto de boca, pensando na vida com graça e sem angústia.
Não dá pra correr o risco de contar o final, mesmo escrevendo tanto. Porque é desses filmes que não acabam. E a gente gosta mesmo assim. Como gosta dessa nossa vida às vezes encontrada e às vezes perdida, mesmo sem saber (ainda bem!) como é que o roteiro vai se desenrolar.

7 comentários:

Mara De Santi disse...

Paty, vou reafirmar o que falei no msn: você é fantástica escrevendo, não perca nunca isso! E deu mesmo mais vontade de ver o filme. Que chegue logo aqui na província.Bjs

Unknown disse...

Agora fiquei na curiosidade de ver...rs...o legal do woody é que ele não ta nem aí pro final do filme, se o mocinho beija a mocinha ou se a mocinha foge com o mocinho. De um filme de Woody Allen se pode esperar tudo.rs.Seu blog ta muito legal. Bjo paty.

Débora Rubin disse...

Nossa, Pati, esse filme virou O assunto do meu outro blog -

http://3xtrinta.blogspot.com/

Principalmente pq sendo uma solteira, uma casada e uma divorciada, quase caímos na tentação de nos identificar com uma personagem cada, quando na verdade somos todas em uma, e nenhuma delas ao mesmo tempo.

O filme vale muito. Faz mesmo ativar o botão "neuras", rs.

Acho que vc captou muito bem o espírito. Adorei.

beijocas

Nicole Prestes disse...

Você é a terceira pessoa que vejo indicando esse filme, o que me faz acreditar mais ainda que deve ser muito bom.
Acredita que nunca vi um filme do Woody? Já li os livros, e desses posso dizer, que ele sem dúvida nenhuma nos faz sentir como os personagens!

Beijo Pati!


Ps: No livro que te emprestei tem um capitulo que vala do Woody Allen, chegou a ler?

Ulysses disse...

Pelo visto vou ser obrigado assistí-lo!!!

Ângela Storolli disse...

Paty tudo que vc escreveu é super interessante, me deixou curiosa!
Mas teve uma frase que tive que voltar( parecia um imã):
Esteja em modo “on” pra vida.
Obrigada!
Beijos!

Anônimo disse...

Preciso assistir esse filme, pq depois do filme de hoje só um BOM mesmo para fazer esquecer a decepção que sofri!
Hahaha

Dramáticaa?? Quase nada.

=]