sexta-feira, 25 de julho de 2008

Alô, atenção!


Até o recluso Chico esteve lá!

DE-LI-REI vendo o "Por toda a minha vida" sobre o Velho Guerreiro. Habitualmente assisto o programa (e gosto), fã de biografias que sou. Impecável essa edição sobre Chacrinha, trazendo à tona aquilo que estava por trás do palhaço divertido, do escrachado apresentador que marcou gerações. Uma edição impecável, texto primoroso, resgate afetivo gostoso pra caramba!
Eu via Chacrinha. Torcia pro sábado chegar logo, pra ver meus artistas preferidos cantando na tevê, em meio às marchinhas, bacalhaus e piadas daquele cara incrível. Naquele tempo, não sabia que Chacrinha era um gênio. Só queria ver a bagunça e me divertir, como a maioria dos brasileiros. Pequenina ainda, me escondia atrás da porta empunhando aquele "canudinho" de chimarrão (enfeite da casa da Vó) e ao chamado de alguém da família anunciando a brincadeira, dublava e dançava "Sandra Rosa Madalena", do (ainda cigano) Sidney Magal... para as pausas e delírio dos adultos da família à sua primeira criança. Acho que a menina leonina que eu já era associou palhaçada a aplausos, risos e diversão coletiva mais ou menos por aí.
Até Roberto Carlos apareceu rindo, relaxado, cantando para o povão... coisa rara após ter conquistado o status de gênio da Música Popular Brasileira. Raridade.
Diversão para o povo contra a ditadura, à anti-gestão de Sarney, à inflação galopante: os antídotos eram as Chacretes (fiz questão de me fantasiar como elas em uma festa de Carnaval do pré-Primário, vejam vocês!, e até hoje minha imitação delas alegra festas e reuniões de amigos... rs), o Fábio Junior (mãe, ele era mesmo lindo!), a Sarajane, o Luis Caldas, o Magal, o Lulu, a Wanderléia, o Jerry Adriani (doce figura, que tive a honra de conhecer a trabalho), o Silvinho Blau-Blau, a Jane e o Herondi, o Jairzinho e a Simony (muito melhores que Sandy e Junior e muito menos preparados para o show business do que eles). Unidos ao Caetano, ao Alceu Valença, à Elba e ao Tim. Chiclete com Banana abrindo os anos 90 (muito antes de se tornarem febre entre a molecada endinheirada e auto-denominada "chicleteira"). O axé antes do axé. O rock brasileiro de Barão, Paralamas e Titãs no momento em que o sucesso dos ainda meninos estourava nas rádios.
O Cassino é um registro histórico da música popular no Brasil, sem rótulos e sem a pretensão de carimbá-los. Sem palavras.

P.S. A morte de Chacrinha é um fato, mas... "O que é um fato diante da lenda?" - pergunta Lulu Santos. Pra mim, a frase da noite! É por isso que por mais contorverso que seja, considero Lulu um gênio dos "tempos modernos" (sem qualquer trocadilho, com sua famosa - e deliciosa - canção pop).

4 comentários:

Micael disse...

Eu assisti também, por uma perplexidade de um comentário do meu pai: "Na época só chamavam ele de ignorante, de idiota". Eu queria formar a minha opinião sobre isso, eu queria entender como que as coisas no passado parecem tão mais glamurosas do que no presente. A gente enfia muita hipocrisia na cabeça e não sabe viver a vida na época certa.

Quanto ao Chacrinha em si, acho que foi um criativo, mas um criativo com juízo comercial, já que sem as chacretes muita coisa não iam pra frente. ("Viva as Ereções Diretas!" diria Zé Simão)

Mas toda essa história só me lembrava a trajetória do Faustão. E sinceramente, se for pra escolher entre os dois, fico com o Chacrinha. Foi o que menos mudou.

Anônimo disse...

Putz!! Assisti tbm!! Ótimo!! Adorava o Chacrinha. Abelardo Barbosa ainda está com tudo!! Assisti ali muito do Rock nacional de primeira!!!
Olha q engraçado. Li o Almanaque dos anos 80, cultura inútil mas deliciosa. Ali impresso os nomes das chacretes!! Quase morri de tanto rir.
Olha ae!
Bia Zé Colméia, Cida Cleópatra, Cristina Azul, Daisy Cristal, Érica Selvagem, Esther Bem-Me-Quer, Estrela Dalva, Fátima Boa Viagem, Fernanda Terremoto, Garça Dourada, Gláucia Sued, Gleice Maravilha, Graça Portellão, Gracinha Copacabana, Índia Amazonense, Índia Poti, Jussara, Leda Zepelin, Lia Hollywood, Loura Sinistra, Regina Polivalente, Rita Cadillac, Rosane da Camiseta, Roseli Dinamite, Sandra Pérola Negra, Sandrinha Radical, Sarita Catatau, Sueli Pingo de Ouro, Valéria Mon Amour, Vera Furacão.

Muito bom comentário Pati.

Vini.

Aline disse...

Sarajane!!! hahahaha!!! Como eu gostava do Chacrinha!

Queria ter visto o programa...

Beijos.

Ângela Storolli disse...

A-DO-RA-VA assistir Chacrinha!!!!!
Não tinha noção que os "intelectuais" o achavam brega.
Eu só queria ser feliz e era!
Hoje sei que ele foi muito avançado , quebrando os paradigmas da época!