Hoje recebi um e-mail com um texto bastante contundente sobre as conseqüências da permissividade dos pais na educação dos filhos.
O autor (que no e-mail que recebi não estava identificado), dizia que os pais de antigamente, ao saber que o filho fora advertido ou suspenso pela professora, aplicavam-lhe logo o merecido castigo e iam até a escola para saber o motivo da repreensão.
Os pais de hoje, reagem diferente: pegam logo o filho pela mão e vão até o colégio tomar satisfação com a doida da professora que teve a audácia de castigar seus educados pimpolhos.
Não tenho filhos, portanto, não faço idéia de como seja equilibrar essas questões delicadas no dia-a-dia, em meio a inúmeros outros problemas, enquanto se forma uma criança.
Mas tenho certeza que rigidez e bom senso são fundamentais na formação de um caráter decente, na criação de um adulto que será ético, honesto e humano. Tenho certeza que uma criança que conhece limites (os seus e os dos outros) tem muito mais chances de se transformar em alguém bom.
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O texto, é claro, fazia alusão ao caso Isabella. Ainda que o pai e a madrasta estejam, neste momento, somente indiciados. E o único a falar com a Imprensa seja o avô paterno da menina.
Você, se fosse o pai de Alexandre Nardoni, defenderia o filho em público como ele fez, ou se manteria calado, aguardando pacientemente (se é que isso é possível em um caso como esse) o decorrer dos acontecimentos? Difícil...
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Independente da sua resposta (e até dessa pergunta), é certo também que crianças bem educadas têm bem menos chances de se transformar em adultos que pré-julgam e logo de cara condenam dois suspeitos. Independente da sua resposta, é óbvio que crianças acostumadas a conviver com senso de limite e de ridiculo, pensariam duas vezes antes de ir pra frente de um prédio com um bolo de aniversário para "comemorar" o aniversário da menina falecida e "reinvindicar" justiça, com o único objetivo de aparecer na tevê, fazer alarde... chamando a atenção somente para a pobreza de sua motivação. Independente da sua resposta, estou certa de que crianças formadas em um ambiente saudável dificilmente se tornam autoridades policiais querendo ganhar notoriedade ás custas de uma tragédia massificada; gostaria muito de acreditar que pais empenhados e corretos não formariam jornalistas sensacionalistas, que vendem sua reputação e sua ética por uma exclusiva do caso, qualquer que seja. Até provas falsas e conclusões precipitadas valeram para manter a história da menina vitimada em evidência, que acabou virando objeto de cobiça em busca de audiência, maiores tiragens! Quanto mais comoção, melhor!
A repercussão absurda desse caso, expôs ao Brasil a pobreza de espírito, a deformidade de caráter e o oportunismo de muita gente. A podridão extrapolou os limites do caso, do crime e dos possíveis culpados.
A morte de Isabella transformou-se em uma amarga imagem no espelho para a nossa sociedade.
sexta-feira, 2 de maio de 2008
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