
Quando postei essa imagem, há mais de meio ano, imaginava viver dias melhores. Um arrastão tinha passado por essa minha vidinha e estava que certa que, decisões tomadas, a destruição se reconstruiria num piscar de olhos. Pois bem.
Não consegui me mudar de casa, então, melhorei a que eu tinha. Assumi mais trabalho e responsas, dívidas necessárias, dúvidas tantas. Mal sabia eu que tinha de dar um tempo pra que a vida andasse de novo do jeito que eu sempre quis. É sábio trilhar certos caminhos até o fim. Viver o que deve ser vivido até o último instante. E deixar as coisas correrem a seu tempo. A ansiosa aqui achava tudo isso um grande clichê. Hoje, rendeu-se. Nada é assim automático na vida real. Quer você queira, quer não.
Rebobinando:
Quando postei essa imagem, há mais de meio ano, foi pensando em morar exatamente no predinho charmoso, antiguinho e aconchegante para o qual me mudarei em alguns dias. Ele sempre esteve ali, no caminho do trabalho pra casa, sorrindo pra mim. O muro coberto de hera, os pinheiros altos e elegantes, os janelões abertos revelando cortinas brancas e esvoaçantes. Peregrinei por todas as casas e prédios disponíveis na cidade e nada me agradava. Até que ontem peguei o último molho de chaves na Imobiliária pensando: "Cansei. Não me mudo até achar o que quero. Vou ver esse apê e dar um tempo." Não identifiquei de cara o endereço. Quando cheguei, mal podia acreditar que era lá o tal apê, no predinho que eu namoro há dois anos, antes mesmo do arrastão passar.
Tô feliz, planejando coisas, encaixotando as tralhas, sonhando em acordar feliz e dar bom dia ao mundo da varanda com floreira. Já vejo as pessoas amadas ali, meus moveizinhos queridos todos dispostos com alegria por aquele espaço ventilado, que se abre pra luz.
Que essa luz entre aqui dentro também. Que essa casa nova seja abençoada, como disse uma amiga querida hoje, uma amiga de muita fé.
Vou ali voltar a ser a velha-Patricia-nova. Convite pra conhecer a casa e (re)conhecer a Patrícia já estão valendo. Espero vocês.