Relutei muito até escrever esse post sobre a entrevista de Alexandre Nardoni e Anna Jatobá no Fantástico. Já participei de uma palestra de Valmir Salaro, um dos melhores e maiores repórteres policiais do País e, confesso, mais do que a falta de respostas concretas por parte do casal (que só fez repetir à exaustão a ladainha do "somos uma família onde há amor e respeito"), não consegui mesmo foi digerir a ausência das perguntas fundamentais para a elucidação do caso.
Não que a Imprensa tenha o dever de resolver o crime, mas o papel de perguntar o que a audiência quer saber é nosso, é da classe jornalística envolvida na cobertura. Aprendi isso na faculdade e na minha vivência de 8 anos como jornalista: na dúvida sobre qual o questionamento mais pertinente a se fazer, lembre-se de sua curiosidade na condição de "telespectador".
Eis aí a discussão que quero propor: a TV Globo preocupou-se mais com a audiência, no sentido do volume de televisores ligados durante a entrevista, ou com a audiência, no sentido do que desejavam saber aqueles que se propuseram a assistir 17 minutos de Fantástico, com direito ainda a um break no meio? Quais as concessões válidas de serem feitas (se é que foram feitas, neste caso) para se conseguir um "furo" jornalístico, uma "exclusiva"? Qual a validade de perguntas vagas obtendo respostas vagas quando o casal acaba de sair indiciado de seus depoimentos? Para você, qual é a definição de "audiência" que deve ser adotada pela Imprensa em um caso que vem mexendo tanto com a opinião pública e, cuja exposição prematura dos fatos vêm promovendo essa gigantesca comoção nacional? Trata-se de uma séria questão ética. Fica aqui apenas um questionamento.
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